terça-feira, 17 de julho de 2012

“Estas crianças e jovens que nos incomodam”

     EMBO MAE



Estas crianças e jovens que nos incomodam

Esta é uma árvore com um simbolismo muito grande em África. Transmite segurança, pois a quantidade de troncos e ramos que se cruzam dá-lhe um suporte enorme, (para quem nela habita) Paz, vida, é acolhedora e tem um ar terno apesar da sua dimensão, e sabedoria pois algumas têm séculos de existência.
 
É assim que eu gostaria que as Instituições tivessem o mesmo simbolismo para com as crianças e jovens que nelas são acolhidas.

Comecei a escrever o meu primeiro texto num blog, sobre crianças e jovens, porque este tema me afeta particularmente, sobretudo os que vivem em Instituições. Instituições essas que deveriam ter uma responsabilidade muito grande sobre a educação e formação escolar e moral desta população, e na realidade este compromisso tem vindo a desaparecer de ano para ano.

Será que alguém que tem a responsabilidade de retirar as crianças aos pais por falta de capacidade educativa e as entregar a uma instituição já se questionou sobre a capacidade educativa e formativa que algumas instituições actualmente têm?

Penso que seria muito interessante e muito bom que as pessoas que tem esse dever em mãos pudessem conhecer e saber a realidade, o que realmente se passa hoje em algumas instituições.

Sabemos que, por direito, todas as crianças deveriam crescer no seio de uma família onde se sinta amada e protegida por pessoas com capacidade paternal e sentido de responsabilidade, virtude essencial nesta função. Quando isto não acontece, as instituições são os locais escolhidos muitas vezes pelos tribunais,  para substituir os pais nesse papel de acolhimento, de socialização, educação e formação.”

Já no meu texto anterior, que foi um texto generalista neste tema, eu apresento este parágrafo. Mas as minhas perguntas são:  afinal quem cumpre isto? quem dá atenção a frases e parágrafos tão bem escritos , tão bem pensados? Cada vez mais eu vejo e ouço falar em projectos, muitos projectos… Onde entram as crianças e jovens nesses projectos?

O que sinto actualmente é que vivemos muito de teorias e muita pouco de prática. Fazem-se discursos lindos, escrevem-se livros otimos e dá-se muita formação sobre crianças e jovens, depois, no terreno, quem está com elas sente  que a realidade não é assim, pois as pessoas que mais falam sobre estes temas,  são as que menos exercem no terreno diariamente, mas sim em estudos em gabinetes.

Falamos muito nos direitos das crianças e jovens, nestes últimos anos. Em quase todas as formações e falando por vezes com pessoas ditas entendidas nesta matéria,  só ouvi falar em direitos. Mas afinal parece-me que as crianças como ser humanos que são também têm direitos e deveres. Parece-me que as crianças e jovens crescem com a noção de que só têm direitos, não há regras nem limites. Infelizmente isto é muito grave e muito enganoso, pois quando chegam ao estado adulto sentem, cada vez mais, que só tem deveres e muito poucos direitos. Esta situação torna na maior parte das vezes (segundo a minha experiência ao longo destes 26 anos) adultos muito revoltados e com o sentimento de terem sido enganados, pois não foi o que eles ouviram durante alguns anos. Por isso, atenção ao que nós adultos tentamos passar às nossas crianças e aos nossos jovens…

A educação destes jovens tem que ser verdadeira e real, e não mostrar uma realidade que não existe, a não ser nos livros e na cabeça de alguns filósofos.

Lembro-me que quando era criança (já naquela época) o meu avô comentava com a minha avó, quando alguns colegas que tinham um comportamento mais desajustado para a época, em tom de critica, que as crianças eram o espelho do adulto. E realmente, passados todos este anos, nunca tive tão de acordo com as suas palavras como actualmente.

Infelizmente o espelho em que os nossos jovens e crianças se olham reflete uma imagem sem moral, sem respeito, sem carácter, sem sentimentos, pouco honesto, e com muito pouca justiça. Este é o espelho da nossa sociedade, é o espelho daqueles que dizem que governam e orientam o País.

E quanto à educação,  formação e socialização dos nossas crianças e jovens!...     Que Futuro….

terça-feira, 3 de abril de 2012

“ESTAS CRIANÇAS E JOVENS QUE NOS INCOMODAM”

Estas crianças e jovens que nos incomodam

Esta é uma árvore com um simbolismo muito grande em África. Transmite segurança, pois a quantidade de troncos e ramos que se cruzam dá-lhe um suporte enorme, Paz, vida, é acolhedora e tem um ar terno apesar da sua dimensão, e sabedoria pois algumas têm séculos de existência.
É assim que eu gostaria que as Instituições tivessem o mesmo simbolismo para com as crianças e jovens que nelas são acolhidas.
Por direito fundamental, e como todos sabemos, todas as crianças deveriam crescer no seio de uma família onde se sinta amada protegida, por pessoas com capacidade paternal e sentido de responsabilidade, virtude essencial nesta função. Quando isto não acontece, as instituições são os locais que se propõe para substituir os pais nesse papel de acolhimento, de socialização, educação e formação.
Infelizmente ao longo destes últimos anos, algumas instituições têm vindo a omitir a qualidade e exigência das boas práticas institucionais, indispensáveis ao bom desenvolvimento físico e psíquico das crianças e jovens, e pouco centradas na efectivação dos direitos das crianças e jovens.
A promoção e a protecção dos direitos das crianças constituem uma prioridade da política da maioria dos países, em matéria de direitos humanos.”

Esta premissa é o que ouvimos todos os dias nos noticiários, que lemos nos jornais e revistas, que ouvimos dizer a alguns governantes e organizações. A situação actual mostra-nos outra realidade, cruel e barbara, provocada pelo homem, irresponsável e inconsciente e desrespeitador pelos direitos das crianças e jovens.
Infelizmente, reparamos que a insuficiente protecção das crianças e a violação dos seus direitos, decorrem todos os dias e nos mais variados países. Muitas delas são agravadas por constrangimentos sócio-económicos, sócio-culturais, religiosos, por pais e adultos próximos das crianças com grandes responsabilidades na sua educação e proteção, e por Instituições, que por razões várias, não desempenham esse papel, tornando esta situação num obstáculo ao próprio desenvolvimento das diretrizes de alguns Estados.
Daí que as declarações de principio e os proclamados “Planos de Acção” fiquem inúmeras vezes por isso mesmo, sem nenhuma outra consequência.
Na Realidade, Resoluções, Convenções, Protocolos e organizações internacionais que enunciam acções, reafirmam direitos, e relembram compromissos, demonstram quão precária é a acção dos Estados e dos governos, relativamente à defesa dos mais desprotegidos.
As crianças necessitam de protecção especial porque sendo crianças são dependentes, estão em processo de formação e são potencialmente vulneráveis. Considerando que as crianças em circunstâncias difíceis, e com factores que colocam em situação de risco, necessitam de um maior apoio para usufruir a igualdade de direitos ou ser protegidas contra a violência, a exploração, o abuso e a negligência.
Logicamente que a insuficiente protecção das crianças e a violação dos seus direitos decorrem e são agravadas por constrangimentos sócio-económicos e sócio-culturais, obstáculos ao próprio desenvolvimento.
Por isso que muitas das vezes as declarações de princípio e os proclamados planos de acção fiquem inúmeras vezes por isso mesmo, sem qualquer tipo de efeito.
As questões globais da economia, da política e da informação não conseguem contribuir para o crescimento da esperança de milhões de crianças e jovens entregues solitariamente à luta pela sobrevivência, quer no palco dos conflitos armados, quer como soldados de um quotidiano de vida sem direitos.
Cada vez mais as crianças e jovens são vítimas da barbárie adulta que a si própria chama civilização, as crianças e os jovens esperam que o direito de o serem, um dia aconteça.
Sabemos que o homem (adulto) decide a paz, a tolerância, intolerância, a resolução pacífica os conflitos, das justiças sociais, da justiça do progresso. Ele dá o exemplo diário, em todo o tipo de instituições, infelizmente o que ouvimos todos os dias, são exemplos nefastos ao bom desenvolvimento moral e psicológico de qualquer criança ou jovem. Actualmente no mundo dos adultos nem  sempre são determinados por Convenções, Protocolos ou Resoluções como fazem crer, antes resultam da construção de uma outra ordem mundial a que eles chamam de Progresso e Justiça Sociais.
Quando tivermos na realidade  um mundo de progresso e justiça feito por homens sérios, honestos e humanos, que saibam e sintam que ao seu lado há pessoas que sofrem com fome, com frio com doenças, solidão, com injustiças, aí haverá lugar para todas as crianças e jovens, independentemente da raça, da cor, do sexo, da língua, da religião, da nacionalidade, da origem étnica, social ou familiar e da situação económica.
O direito de não ser objecto da violência, da exploração contínua, de abusos, de tratamentos verdadeiramente cruéis e bárbaros, continua ainda à espera por milhões de crianças e jovens espalhadas pelo mundo.



Que protecção e que assistência?
O que estamos a fazer às nossas crianças?
Porquê esperamos?